terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cuatro Lunas - Resenha



Vocês já ouviram falar do filme Cuatro Lunas (Quatro Luas - 2015)? O filme do autor Sergio Tovar Velarde foi lançado no inicio do ano e agora já está disponível no Netflix. O filme conta a história de quatro personagens gays e seus romances, dramas, alegrias e descobertas. O filme brinca com a temática das quatro fases da lua para descrever seus personagens e suas vivencias.
LuaNova conhecemos Mauricio (Gabriel Santoyo), um pré-adolescente que descobre a sexualidade e seus sentimentos pelo primo mais velho.
Lua Crescente narra a história de Léo (Gustavo Egelhaaf) e Fito (Cesar Ramos),  dois amigos de infância que se reencontram anos depois e retomam sua amizade. E junto com a amizade os dois se veem apaixonados.

Lua Cheia conta a história de um caal que estão juntos há 10 anos. Andrés (Alejandro de La Madrid) e Hugo (Antonio Velazquez) estão passando por uma crise no casamento que é agravada pelo surgimento de uma terceira pessoa.
Lua Minguante retrata a história de Joaquín (Alonso Echanove), um poeta casado que frequenta saunas gays e se vê atraído por um garoto de programa.


As histórias não se cruzam no decorrer do filme, mas eu particularmente fiquei com a impressão de que os personagens eram na verdade um só. Como se representassem várias facetas de uma mesma pessoa. O garoto que descobre a sexualidade, o jovem que se vê apaixonado por uma pessoa que sempre esteve presente no seu circulo de amizade, um casal que enfrenta uma crise no casamento e um homem maduro que mesmo tendo família se vê preso e enredado em uma aventura sexual. Sim, não é necessário citar que o garoto descobre a sexualidade com seu primo ou que o poeta se envolve na sua aventura sexual com um garoto de programa. A história não é focada em personagens homossexuais, e sim em pessoas. Como todo filme deveria ser!
No decorrer do filme você se envolve com cada um dos personagens, suas angústias, suas descobertas, seus dramas e decepções. Eu particularmente, um chorão nato, acabei o filme com dor de cabeça de tanto chorar. Mas em outros pontos ria de me acabar com algumas cenas ótimas que mesclavam as descobertas com muita naturalidade e humor. A intensidade de cenas completamente simples me encantou como nenhum filme fez há um bom tempo. O pai que descobre a homossexualidade do filho e após um breve surto o apoia, mesmo que do seu jeito. A mãe, que primeiramente repele qualquer comunicação que seu filho tenta estabelecer, recebendo o de braços abertos após uma desilusão amorosa. O crescimento e amadurecimento de amor próprio ao se libertar de um amor de mão única. Uma reviravolta nos sentimentos dos personagens que nos fazem xingar em um segundo e abrir um sorriso bobo com o desenrolar da cena. É como se o filme fosse simplesmente uma impressão de milhares de personagens espalhados por aí. Não é uma história de conto de fadas onde os príncipes vem em seus cavalos ou um thriller policial com uma história mirabolante de distopia, mas simplesmente um resumo costurado de diversos personagens reais que podem ser comparadas com a minha história, a sua, a de um amigo, de um conhecido...



O filme não é voltado somente ao publico gls, uma vez que suas histórias ocorrem com toda e qualquer pessoa. Mas claro que se a pessoa é contra ou não se sente a vontade com a temática (fazer o que né gente, ainda temos pessoas assim no mundo. =/ ) não é um filme que deva assistir. Agora se você é uma pessoa de mente aberta que gosta de histórias assim vai amar o filme. O filme possui cenas bem impróprias para menores mostrando nudez e cena de sexo explicito, logo é bom tomar cuidado se for ver na sala, principalmente se for que nem eu que sempre entra alguém quando tem nudez, sexo e gemidos na tela.
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2 comentários:

  1. Excelente temática, quatro casos de homoafetividade masculina, mas como bem relatou, é mais que isso, é sobre pessoas e seus anores e desilusão, mas algumas coisas me incomodaram, o tratamento do Lua Nova pelo diretor da escola, passividade e exposição desnecessárias, e a insistência incomodativa do casal Lua Crescente, mesmo hetero essas duas cenas situações são desprezíveis... Excelente crítica...

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    1. Oi Rosana, obrigado pelo comentário. Fico feliz que tenha gostado do texto. Realmente algumas cenas mexem mais com a gente, mas acho que isso é o bacana do filme, não é simplesmente um entretenimento, ele cutuca a gente, nos faz remeexer um pouco no sofá enquanto assiste. Eu acho isso muito bacana nos filmes e séries.
      =)

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